O perfume das drogas
Mantém-se no ar que se respira,
A anestesia a frio,
O murro no estômago
Traz-me à superfície.
O efeito viciante de ser-se desejado
Extingue-se lentamente
Sai-se de uma embriaguez mortal.
Ainda que esta seja meramente
A falha num neurotransmissor,
Resta a tremenda sensação de ressaca
Que se principia,
Que se transforma em melancolia,
Adormecimento
A tristeza que é uma outra forma de adição.
Grito
Tento perceber que livros leste,
Ou que bíblia decoraste,
Grito
Como tiveste coragem de me julgar e condenar?
Achaste por acaso que me traficava por um nome impresso?
Eu, que vi o meu nome a negro e senti uma náusea?
Hoje,
O sangue diluiu a droga,
O coração retornou à sua cavidade original.
Mas não esqueci que paguei a peso de ouro ver-me impressa...
Já não te devo nada... nem mesmo sequer a mim...
A raiva, o nojo, a dor, o irreversível,
Resvalaram para os limites do vazio...
Vejo-te qual espantalho, agitando-se
Eternamente contra o vento.
Os passantes despir-te-ão lentamente
E quando um dia te vestirem de novo
Para a última contradança
Já não saberei quem és...
Nem tu.
Mantém-se no ar que se respira,
A anestesia a frio,
O murro no estômago
Traz-me à superfície.
O efeito viciante de ser-se desejado
Extingue-se lentamente
Sai-se de uma embriaguez mortal.
Ainda que esta seja meramente
A falha num neurotransmissor,
Resta a tremenda sensação de ressaca
Que se principia,
Que se transforma em melancolia,
Adormecimento
A tristeza que é uma outra forma de adição.
Grito
Tento perceber que livros leste,
Ou que bíblia decoraste,
Grito
Como tiveste coragem de me julgar e condenar?
Achaste por acaso que me traficava por um nome impresso?
Eu, que vi o meu nome a negro e senti uma náusea?
Hoje,
O sangue diluiu a droga,
O coração retornou à sua cavidade original.
Mas não esqueci que paguei a peso de ouro ver-me impressa...
Já não te devo nada... nem mesmo sequer a mim...
A raiva, o nojo, a dor, o irreversível,
Resvalaram para os limites do vazio...
Vejo-te qual espantalho, agitando-se
Eternamente contra o vento.
Os passantes despir-te-ão lentamente
E quando um dia te vestirem de novo
Para a última contradança
Já não saberei quem és...
Nem tu.
Poema sem traficâncias. Visceral e límpido. Gostei. Beijos
Posted by
Anónimo |
10 janeiro, 2006 12:56
A libertação final?
O acabar do pesadelo?
O corte definitivo das amarras?
Seja como fôr...gostei muito!
bjokas ":o)
Posted by
Anna^ |
10 janeiro, 2006 19:07
gostei muito deste poema
jocas maradas
Posted by
Su |
11 janeiro, 2006 21:03
deixa essa dor diluir-se em palavras fortes k constroem umnovo manhã pq se há alguém k n/ É, não existe, tu ÈS e sabe-lo. Bjs doces e ternos plenos de luz
Posted by
Conceição Paulino |
12 janeiro, 2006 20:08
Percebo que acabou um ciclo.
"All my life's a circle;
Sunrise and sundown;
Moon rolls thru the nighttime;
Till the daybreak comes around."
Lindas as tuas palavras para definir sentimentos apesar de tudo, dolorosos!
Posted by
Graca Neves - mgbon |
12 janeiro, 2006 23:09
Bien… Début de la liberté ?
b@+
Posted by
Manu |
13 janeiro, 2006 10:24
És mazinha neste poema. Coitadinho do espantalho...
Gostei imenso deste teu poema. Sofrido mas bem escrito.
Beijinhos querida amiguinha e bfs.
Posted by
Nilson Barcelli |
13 janeiro, 2006 14:55
Segui-te do «A Páginas Tantas» para este segredo e agora vou continuar a seguir-te por aqui. :)
Posted by
Folha de Chá |
13 janeiro, 2006 15:48
vício ou "doença do bem" como cantam os clã. amor ou paixão ou droga ou dependência. ou simplesmente uma viagem (trip...), rápida ou prolongada, com efeitos que prevíamos e mais uns quantos inesperados. destroi-nos enqto nos dá a provar a vida.
sentimento tramado que nos faz esquecer de nós. para o mal e para o bem também...
*beijinho Raquel*
Posted by
Anónimo |
15 janeiro, 2006 15:21
Lá onde as rochas teimam em mandar,
encontrei-te resguardada da minha cobiça.
Pequena Deusa de aromas e sonhos.
Esqueci-me da maldição que pende sobre aqueles que profanam os espaços e momentos sagrados, vedados aos comuns e mortais.
Sorri e sem mais levantei-te as pétalas de mulher e violei os teus segredos. Fiz o mesmo a todas as tuas subditas que te miravam incrédulas. Mudas na sua revolta, espoliadas das suas almas.
Por fim, e sem olhar para trás levei uns quantos gramas da essência dos céus.
Descí da montanha e entrei na minha cabana.
Juntei o saque de hoje ao conteúdo de colheitas anteriores.
Tudo seria preparado e traficado na obscuridade dos infernos para onde desceria mal acendesse o cachimbo.
Agora leio-te interessado.
Sim! Só quem conheçe o inferno sabe o pouco valor daqueles que vivem nos céus.
Como podem julgar-me se não desceram comigo?
Como podem dar-me conselhos se nunca assaltaram os ceus onde as Deusas se limitam a recriar as almas para que eu as volte a assaltar?
Sim.
Já sei que preciso do Ceu, mas só para o queimar no Inferno que é o meu reino.
Dizes que não sei quem sou.
Pouco interessa.
Sou ninguém.
Apenas um assaltante do paraíso, que acabará abatido pela vingança divina. Quanto mais céu queima mais céu precisará.
No fim ficarei no inferno.
Serei só eu a arder já sem alma e então as papoilas rir-se ão...
Posted by
Charlie |
15 janeiro, 2006 20:03
Espero que estejas bem? Bjokas.
Posted by
JMTeles da Silva |
16 janeiro, 2006 12:24
Querida Ana
Numa nova abordagem... mas sempre com uma qualidade que admiramos.
Um beijo
Daniel
Posted by
Daniel Aladiah |
16 janeiro, 2006 23:55
Confesso que senti um frio gélido na alma.
1 beijo, Ana
Posted by
Eva Lima |
17 janeiro, 2006 22:32
já k cá vim, não havendo novidade para ler,reli e aproveito para te dizer k há novidades nas minhas 3 casitas.
bjocas de luz e paz
Posted by
Conceição Paulino |
18 janeiro, 2006 16:27
Raquel,
Não sou entendido nestas matérias, mas fiquei ciente da profundidade dos seus caminhos.
Gostei ;)
Posted by
fotArte |
18 janeiro, 2006 21:16
Raquel,
Gostei imenso do cruzamento poético entre os 2 blogs!
Os Meus parabéns!
Bjks da Matilde
Posted by
Miguel |
19 janeiro, 2006 16:52
Fiquei sem saber quem sou... Mas sinto o desejo de voltar a sentir sensações mesmo que dolorosas para saber onde estou!
Beijos
Posted by
Anónimo |
20 janeiro, 2006 19:04